quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Histórico de Monte Alegre de Minas


Terra de Paz e bem

Terra da Felicidade

Terra do mais saboroso abacaxi

Fatos Históricos na Formação da Região do Triângulo Mineiro

Os dados históricos revelam que a região que compreende “o rio Tietê abaixo, indo para o Mato Grosso e Goiás”, ou seja, incluindo o atual Triângulo Mineiro, era conhecida pelos bandeirantes como a ”região dos bilreiros ou Caiapós” (Taunay 1875). Há inúmeras referências que indicam que o Triângulo era uma área de influência dos grupos Kayapó do Sul. Em 1817, Spix (1981:212) menciona a presença de “bandos” isolados e rebeldes de Kayapós na parte ocidental da Província de Minas, “no outro lado do rio São Francisco”. Segundo Ribeiro( 1996:87) “Caiapônia”, a terra dos Kayapós do Sul, pertencentes à família lingüística Jê, seria todo território hoje compreendido ente sul de Goiás, sudeste do Mato Grosso, Triângulo Mineiro e noroeste de São Paulo.

“A Zona que atualmente consiste o Triângulo Mineiro foi parte integrante, até 1720, da antiga Capitania Geral de São Paulo. Em 1748 dela se destacando a Capitania de Goiás, ficou o território do triângulo pertencendo a esta até 4 de abril de 1816, quando dela se desmembrou, incorporando-se à Capitania de Minas Gerais.” (Capri, 1916)

A região do triângulo foi percorrida a partir do século XVII por bandeirantes vindos do sul. A primeira expedição documentada que provavelmente atravessou o atual território do triângulo, foi a expedição de Pero Domingues, que em 1613, saído de São Paulo foi a confluência do rio Araguaia com o Tocantins. Várias outras bandeiras a sucederam. Depois da descoberta de ouro em Goiás no século XVIII, a região se tornou uma área de passagem obrigatória para os mineradores e tropeiros, aumentando a pressão sobre os grupos indígenas locais.

Gradativamente, apesar de todos os seus esforços, os Kayapós foram perdendo terreno, inicialmente para os bandeirantes, que penetraram o sertão em busca de escravos e ouro, depois, já no século XIX, pela expansão agropecuária de Minas Gerais e São Paulo. A expansão territorial se deu inicialmente a partir do atual distrito de Sacramento(Desemboque) localizado ao sul do município de Araxá. Dali partiram expedições que tornaram conhecida toda extensão do sertão da Farinha Podre(Barbosa, 1971:160-162). Toda essa região passou a pertencer em 1816 a Minas Gerais em vez de Goiás, por ato de D. João, graças à interferência dos moradores de São Domingos do Araxá(Barbosa, 1971:523-526).

No século XIX, os Kayapós já eram prisioneiros e intrusos naquela região que fora a terra de seus antepassados. Seu acaso ocorre no século XX, o último grupo registrado era composto por pouco mais de 30 sobreviventes que residiam às margens do Rio Grande, em Salto Vermelho/SP.

A história de Monte Alegre de Minas está relacionada às rotas das expedições que desbravaram o triângulo Mineiro onde surgiram diversos povoados que deram origem às cidades como Araxá, Prata, Uberaba, dentre outras.

Foi no município do Prata que surgiu o povoado de São Francisco das Chagas de Monte Alegre.

Dentro do contexto histórico, Monte Alegre de Minas surgiu por uma graça atribuída a São Francisco das Chagas, que se tornou o seu padroeiro.

Sobre o perfil do precursor dessa história, consta que Francisco nasceu em Assis na Itália por volta de 1181 e 1182. Atendeu ao chamado de Jesus Cristo e tornou-se um exemplo vivo de fé e glória a Deus. Através do seu grande amor e zelo por todas as criaturas, não excluiu nenhum irmão, tornando-o um Santo ecumênico e padroeiro da ecologia. Francisco optou por viver a pobreza mundana com simplicidade, humildade, fraternidade, retidão, oração e muita fé. Dedicou-se à missão de levar paz e bem ao próximo. Vivia conforme o Senhor lhe inspirava assim tornou-se o poeta da criação. O reconhecimento de Deus pela sua fé se materializou por volta de 1224, quando ele recebeu as Chagas ou estigmas de Jesus Cristo. “Após passar vários dias sozinho, em silêncio, em oração diante da cruz, pediu a Jesus que pudesse sentir em sua carne, tanto quanto possível, as dores que tinha sentido na Paixão. Então, Francisco recebeu os estigmas de Jesus, um anjo lhe imprimiu as chagas das mãos, dos pés e do lado direito do Senhor. A mesma ferida, a mesma dor, deixou Francisco feliz, privilegiado por sofrer como Jesus Cristo, que deu a vida por amor, deu a vida por ele e por todos nós.” Assim Francisco de Assis passou a ser conhecido também por São Francisco das Chagas, ao qual muitos ainda recorrem para pedir curas.

A Origem do Nome Monte Alegre

Sobre o nome “Monte Alegre”, antigos moradores da comunidade afirmam que na Serrinha, região mais alta da cidade e localizada na sua entrada principal, sentido Uberlândia – Monte Alegre de Minas, os moradores ali reuniam-se para programar os trabalhos rurais, pagodes comemorativos, rezas de terços, entre outros motivos, mas sempre com muita alegria, sugestionando o primeiro nome do arraial. Posteriormente, devido a confusões ocasionadas por desvio de correspondências para outras “Monte Alegres”, de outros estados, pelo Decreto de Lei Estadual n.º 1.058, de 31 de dezembro de 1943, recebeu o nome “Toribaté”. Em 1949 retorna ao nome inicial acrescido de “Minas”, permanecendo “Monte Alegre de Minas”, até a atualidade.

O município de Monte Alegre de Minas encontra-se, portanto, no Triângulo Mineiro, em terreno de aspecto montanhoso e com área atual de 2.718 Km2. Situa-se em uma altitude de 899m, tem como coordenadas geográficas 19º52’10” de latitude sul e 48º52’41” de longitude MCR, e distante de Belo horizonte 535 Km em linha reta.

O Surgimento do povoado e das primeiras habitações

O surgimento do povoado ocorreu quando uma numerosa família mineira, chefiada por Martins Pereira, mudou-se para a região, com o objetivo de tomar posse de terras devolutas em Goiás, no começo do século XIX, entre 1810 e 1820. Viajando em caravana, um dos seus membros adoeceu gravemente, forçando uma parada de alguns meses, onde é atualmente o município de Monte Alegre de Minas. Na falta de remédios, o chefe, devoto de São Francisco das Chagas, prometeu a construção de uma capela. Obtida a graça da cura, resolveram aguardar até que fosse cumprida a promessa.

Outros aventureiros que chegaram, pelo mesmo itinerário, formaram uma agregação às famílias de José Antônio Pereira, Gonçalves da Costa, Martins de Sá, Manoel Feliz e Cardosos. Acabaram por construir ranchos simples, com os recursos naturais do lugar, perto dos córregos “Maria Elias” e “Monte Alegre” de boa água, assim como a família de Martins Pereira. Construída a capela, seguindo o estilo franciscano com simplicidade que os recursos da época permitiam, dando origem ao arraial de São Francisco das Chagas de Monte Alegre.

As famílias que ali se instalaram, fizeram casamentos entre seus filhos e o arraial cresceu. Segundo Eurípedes Barsanulfo Pereira, trineto de José Antônio Pereira, este veio para Monte Alegre no meio do século XIX e suas filhas Maria Carolina Pereira e Ana Constança Pereira, casaram-se com irmãos Manoel e Gonçalves Martins, ambos filhos dos fundadores do arraial.(PEREIRA, 2002:92).

Por volta de 1820 surgiram edificações melhores, como as residências dos Vilelas e Andrades, Soares Parreira e Ribeiro Guimarães, no entorno da Igreja Matriz de São Francisco das Chagas.

O Episódio da Guerra do Paraguai

O episódio da Guerra do Paraguai e a Retirada de Laguna marcaram os moradores da região, quando a coluna do Exército Brasileiro chega ao arraial para recrutar jovens para reforços, os voluntários da Pátria, em 1865. Minas Gerais apresentou o maior contingente. Nas solenidades de despedidas foram rezadas missas, realizaram discursos, fizeram juramento à Bandeira e em especial a Banda de Música Mineira já tradicionalmente conhecida naquela época pela sua boa produção musical. Animou aos que partiam e acalentava os que ficavam.

Os interesses que levaram a Guerra segundo Paulo Duarte foram relacionados às afrontas ao Império e Tentativas de ocupação da Província do Mato Grosso pelo Governo Paraguaio. Contudo na visão de Léon Pomer, diz que esta foi uma guerra de rampina, mantida e camuflada por interesses obscuros.

Os mineiros, a maioria convocados como voluntários foram corajosos e capazes de grandes sacrifícios pela Honra da Pátria conforme afirmou Paulo de Queiroz Duarte em “Os Voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai”.

Após a derrota em Laguna, as tropas regressavam para suas origens e a marcha de retorno não foi amena e no desespero chegavam algumas vezes a achar que tratava-se de uma conspiração divina contra eles. Aos poucos tudo se resumia num verdadeiro caos de desordem e desespero. Os ruídos emitidos pelos inimigos, mugidos do gado, explosões, uma verdadeira apoteose em potência.

Muitos corpos ficaram para traz, a maioria mortos, entre outros abandonados num episódio triste agonizando até a morte vinda da doença (cólera), ou sendo aliviados posteriormente ao abandono pela crueldade dos inimigos que lhes amarravam em árvores e decepavam suas cabeças num ritual de perversidade macabra.

No decorrer dos caminhos trilhados cruzaram com o inimigo e muitas vezes foram vitoriosos nas lutas travadas. Mas também travaram lutas contra a fome e a miséria onde muitos não sobreviveram.

Reduzidos à roupa do corpo e com muita dor vinda de quase todos os sentidos pelas perdas, pelos ferimentos, por todas as experiências vividas nos combates, 395 homens chegaram em Cuiabá em 15 de outubro de 1867.e ainda passariam pelo surto de varíola que dominava Cuiabá. Para tanto, foram vacinados embora em relatórios partidos de Uberaba contam que estas vacinas não surtiram efeito. Acredita-se que neste retorno, perdeu-se mais algumas praças que segundo relatos, de moradores montealegrenses. Cinco deles vieram fazer sua última morada no município de Monte Alegre de Minas.

Esses voluntários que em 1867 passaram por Monte Alegre de Minas, vinham de um acampamento militar no Caçu e Caximbo, nos arredores de Uberaba, rumando para Santa Rita do Paranaíba (Itumbiara-GO), Dores do rio Verde, Coxim para lutar no Paraguai.

Ao se retirar de Laguna, parte desta tropa voltou pelo mesmo roteiro, passando por Dores do Rio Verde vindo de Coxim. O 20º Batalhão de Goiás voltou para Vila Boa.

A três quilômetros da cidade de Monte Alegre de Minas, a quase 1000 metros da rodovia BR-365 que demanda a Brasília, está localizado um Monumento Histórico, Tombado como Patrimônio Histórico Municipal e com processo aberto no IPHAN para possível Reconhecimento como Patrimônio Histórico Nacional, que acolheu os Voluntários da Pátria, alguns em sua última morada, vitimados pela varíola.

No dia 11 de junho de 1967, no Centenário da Retirada da Laguna, o senhor Alaor Guimarães Mendonça conseguiu inaugurar um obelisco e um pequeno muro de proteção às sepulturas dos soldados mortos, que eram antes somente marcados com algumas estacas de aroeiras.

Em 2008, o Prefeito Municipal Dr. Último Bittencourt de Freitas, na gestão cultural do Diretor Municipal de Cultura e Turismo, Sr. Leonardo Augusto Reis iniciaram obras de revitalização do monumento em homenagem aos heróis da Retirada da Laguna, bem como a construção do Museu Municipal da retirada da Laguna.

Em homenagem ao principal historiador e divulgador da passagem das tropas da Retirada de Laguna em Monte Alegre de Minas, a Câmara Municipal deste município aprovou e o Prefeito Municipal sancionou a Lei que nomeia o Museu municipal como “Museu Municipal Alaor Guimarães Mendonça”.

Após regressar das batalhas, os Heróis da Campanha de Laguna retornaram à região mineira dos povoados do Prata e Monte Alegre, retomando o processo de ocupação da área. Nesse período, em 1872, José Antônio Pereira, juntamente com seu filho Antônio Luiz Pereira e comitiva trilhou os mesmos caminhos percorridos pela expedição de Laguna e encontrou a até então desabitada por civilizados, Campo Grande, fundando essa capital próspera.(PARREIRA, 2002:94)

Monte Alegre: Do desmembramento do município de Prata à emancipação Política e sua formação Político-administrativa

Monte Alegre era distrito do município de Prata, e foi desmembrado pela Lei Provincial n.º 1664, de 16 de setembro de 1870, considerado o aniversário da cidade.

A comarca de Monte Alegre de Minas foi criada pela Lei Provincial n.º 3123 de 18 de outubro de 1883. Nesse período se destacava a figura do Coronel Antônio Fernandes Villela de Andrade que participou ativamente dos primeiros movimentos de organizações políticas do arraial, ocupando cargos relevantes de 1º Intendente, 1º Agente Executivo, 1º Presidente da Câmara Municipal entre 1872 à 1876.

Monte Alegre recebeu status de cidade pelo Decreto Lei n° 148 de 17 de dezembro de 1938. A primeira instalação da Câmara Municipal se deu em 16 de novembro de 1872, composta pelos senhores Antônio Fernandes Villela de Andrade, Antônio Martins de Sá, Joaquim Inácio Pires, João Crisóstomo Vieira, José Carlos de Paiva Júnior, José Manoel Pereira, Benedicto d’ Abbadia Fontoura e José Manoel Vidigal.

A evolução administrativa se deu na seguinte ordem cronológica: Presidente da Câmara Municipal e Agentes Executivos, que correspondiam ao cargo de Prefeito. Atualmente existem de forma atuante os cargos de Prefeito Municipal no âmbito do Executivo e os Vereadores no Legislativo. No período de 1872 à 1929 não existia o cargo de Prefeito porém o Presidente da Câmara Municipal atuava como Agente Executivo, ou seja, era escolhido no Legislativo o Presidente com a atuação do prefeito.

Até esse período, segundo a senhora Vanda Pereira da Cunha, os vereadores não eram remunerados e pagavam multas quando não compareciam às reuniões sem dar justificativas. Todas as decisões sobre o município eram tomadas pela Câmara e para cada uma formavam-se comissões, nada era decidido isoladamente.

A partir de 1930, passou a existir o cargo de prefeito, desmembrando-se da Câmara Municipal sendo que o primeiro Prefeito municipal foi o senhor Nicanor Parreira.

Em 1970, no centenário de emancipação política de Monte Alegre, o Prefeito era Derly Villela Parreira, descendente em terceiro grau do primeiro homem público de Monte Alegre, Antônio Fernandes Villela de Andrade e filho do primeiro Prefeito Municipal.

Nesse período surgiram as primeiras ações preservacionistas, em relação ao patrimônio histórico municipal, através dos intelectuais da época: Alaor Guimarães Mendonça, historiador, pintor autodidata que retratou em óleo e tela imagens da antiga Monte Alegre e se empenhou no resgate da história e seu reconhecimento público, do “Monumento aos Heróicos Retirantes de Laguna”. Outro nome relevante para as ações de Preservação foi o de Jerônimo Arantes, autor da pesquisa “Como Fizeram Monte Alegre”. Esta sua publicação foi distribuída nas solenidades alusivas às comemorações do centenário.

Embora Monte Alegre, possa ser considerada uma das “Terras Mãe” da região triângulina, sua história ficou fragmentada e nos servimos até os dias atuais dessas duas publicações como fonte de pesquisa.

A formação política e evolução administrativa de Monte Alegre de Minas foi a seguinte:

PRESIDENTES DA CÂMARA MUNICIPAL E AGENTES EXECUTIVOS:

01º - (1872 a 1876) Antônio Fernandes Villela de Andrade;

02º - (1877 a 1880) Luiz Beltrão de Novais;

03º - (1881 a 1884) Manoel Antônio de Faria;

04º - (1885 a 1889) Antônio Fernandes Villela de Andrade – reeleito

05º - (1890 a 1893) Modesto Martins de Sá;

06º - (1893 a 1895) Vicente Meireles do Carmo;

07º - (1896 a 1899) Antônio Tomaz Ferreira de Rezende;

08º - (1900) João Afonso da Silva;

09º - (1901 a 1904) João Inácio de Lima;

10º - (1905 a 1908) João José Carlos Peixoto;

11º - (1909) Arlindo Parreira;

12º - (1910) Ananias Mendonça;

13º - (1911 a 1913) Etelvino de Ávila Pina;

14º - (1914 a 1918) José Caetano Machado;

15º - (1919 a 1922) José Ribeiro Guimarães Sobrinho;

16º - (1923 a 1926) Antônio José Carlos Peixoto;

17º - (1927) Adoniro Caetano;

18º - (1927 a 1929) Nicanor Parreira.

PREFEITOS MUNICIPAIS:

01º - (1930 a 1945) Nicanor Parreira;

02º - (novembro 1945 a fevereiro 1946) Tito Lívio de Araújo Marini;

03º - (março a dezembro de 1946) Nicanor Parreira - reeleito;

04º - (janeiro a março de 1947) Litz Viana;

05º - (abril a setembro de 1947) Juvenal Luiz Mamede;

06º - (outubro a dezembro de 1947) Claudomiro Pena Fernandes;

07º - (1948 a 1951) Nicanor Parreira – 3º mandato;

08º - (1951 a 1955) Luiz Dutra Alvim;

09º - (1955 a 1957) Antônio Peixoto Filho;

10º - (1957 a 1958) Juveval Luiz Mamede – reeleito

11º - (20/11/1958 a 31/01/1959) Paulo Bernardes;

12º - (1959 a 1963) Luiz Dutra Alvim – reeleito;

13º - (1963 a 1967) Paulo Bernardes – reeleito;

14º - (1967 a 1971) Derly Villela Parreira;

15º - (1971 a 1973) Ademar Delfino de Moura;

16º - (1973 a 1976) Braz Vieira;

17º - (1977 a 1982) Ademar Delfino de Moura – reeleito;

18º - (1983 a 1988) Virgílio Galeno de Faria Alvim;

19º - (1989 a 1992) Eurípedes Lima Andreani;

20º - (1993 a 1996) Ciro de Araújo Mendonça;

21º - (1997 a 2000) Eurípedes Lima Andreani – reeleito;

22º - (2001 a 2004) Aécio Dantas de Souza;

23º - (2005 a 2008) Último Bittencourt de Freitas;

24º - (mandato previsto: 2009 a 2012) Último Bittencourt de Freitas – reeleito;

A Divisão do Município de Monte Alegre

A divisão oficial do município ocorreu em 22 de maio de 1905, a sua área é superior a 8.000 Km2. Em 1911, fez-se uma subdivisão do município, cuja área de 2.400Km2 ficou para o município de Abadia de Bom Sucesso (Tupaciguara), criado naquele ano. Em 1948, acresceu-lhe ainda um segundo corte de 1.200Km2 aproximadamente, onde ficam hoje os municípios de Canápolis (emancipado em 27/12/1948) e Centralina (emancipada em 09/01/1954). Para o território do antigo município ficaram aproximadamente 3.200Km2, sendo esta extensão ainda superior a de outros municípios da região. (ARANTES:1970:13)

Base econômica do município de Monte Alegre de Minas

A exploração agrícola sempre foi a base da economia local. O território do município é sulcado por diversos rios. Rio Tejuco, que forma divisa com o município do Prata; o Rio Piedade com nascente no município e deságua no Paranaíba (Goiás); o Rio Babilônia, além de muitos ribeirões e córregos, em todas as direções, dos quais principais: o Bebedouro, Monte Alegre, Maria Elias, Pântano, Douradinho, Passa Três e outros. Com a temperatura média anual de 22°C e seu relevo 60% plano, somada a essa riqueza hídrica, as terras do município se prestam a toda espécie de cultura.

Por volta de 1914 os principais produtos cultivados eram cereais em geral: arroz, milho, feijão. Mas o destaque da economia era o arroz, café, cana de açúcar para produção de açúcar e aguardente. Na pecuária destacava-se o gado ZEBU, Gado Inglês e cavalos de raça.

A abacaxicultura foi introduzida em Monte Alegre de Minas em 1940 aproximadamente, obtendo o alcance comercial em 1942. O abacaxi destacou-se tanto na economia local, que a partir de 1961 as administrações municipais voltaram-se mais para essa cultura e promoveu o 1º Festival do abacaxi que movimentou toda comunidade.

O destaque crescente da abacaxicultura, foi tamanha que em 7 de setembro de 1975, foi homenageado compondo um quadrante do Brasão da Bandeira Municipal criada nessa data. através de uma grande campanha de Marketing desenvolvida através da Prefeitura Municipal entre 1983 à 1988. O abacaxi montealegrense se consagrou nacionalmente, fazendo de Monte Alegre de Minas a “Capital Brasileira do Abacaxi”.

A assistência técnica veio em 1964 com a instalação da ACAR no município, hoje EMATER, órgão de assistência rural. Através da fixação da EMATER em Monte Alegre de Minas, foram realizados vários cursos e palestras sobre a cultura do abacaxi. Com a junção de novas tecnologias, aliadas à qualidade das mudas e ao solo e clima propícios do município. O abacaxi mantém ainda hoje uma posição privilegiada no Triângulo Mineiro. O “glamour” da década de 60, não é mais o mesmo, é certo, mas é como no dito popular “quem foi rei jamais perde a majestade”. O abacaxi que propiciou a ascensão social de muitos trabalhadores, especialmente meeiros e arrendatários, não deixou de ser parte expressiva na economia local. Hoje o abacaxi, divide espaço agrícola com a cana-de-açúcar, a laranja, a mandioca, e a soja. Na pecuária registra-se em destaque crescente os galináceos, frango e peru e na espécie bovina as raças Girolando, Nelore e Nelorado(Fonte IBGE).

As atividades econômicas na cidade são mais ligadas ao setor primário, setor de prestação de serviço, o que lhe mantém as características interioranas de tranqüilidade, com grande potencial turístico em desenvolvimento.

Traçado Urbano de Monte Alegre de Minas

O traçado urbano de Monte Alegre de Minas foi determinado pela construção do Igreja Matriz de São Francisco das Chagas. No seu entorno foram edificadas as primeiras praças, residência e prédios públicos. Segundo o livro de atas da Câmara Municipal, de 1879, as primeiras ruas abertas receberam nomes de santos: Santo Antônio, São Pedro, São Sebastião, São Francisco, etc. sendo que ainda hoje existe a Rua São Francisco, as demais sofreram alterações nos nomes.

Em 1959 a Lei n.º 330, delimita as zonas urbanas e sub-urbanas da cidade e nelas são mencionadas as ruas Adoniro Caetano e Artur Bernardes. Essas duas ruas acompanham o alinhamento dos córregos “Monte Alegre” e “Maria Elias”, que também encontram na área de entorno próxima à Igreja Matriz de São Francisco das Chagas. Essa área central constitui o núcleo urbano inicial, nela concentram-se: a Igreja de São Francisco das Chagas; as principais praças, Nicanor Parreira, Luiz Dutra Alvim, Derly Vilela Parreira (Cívica), do Caboclo; os serviços de banco com quatro agências, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Credipontal; Terminal Rodoviário; Fórum; Câmara Municipal; Prefeitura; Lanchonetes; Bares; Parque de Exposições; Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa; Ginásio Poli Esportivo; Estádio de Futebol; Clubes de Lazer e Comércio Lojista.

A partir de 1940, iniciou a primeira expansão urbana, período em que houve a construção da BR 365 que dividiu a cidade em duas partes. Surgiu de um lado da BR, na região que ficou conhecida como “Cundungo”, os bairros Rancho Alegre, Flamengo e Bela Vista. Do outro lado próximo ao centro, surgiram os bairros: Santo Antônio, Chapada, Santa Maria, Prudente e Petrópolis.

Na década de 80, houve uma segunda expansão urbana com a criação de conjuntos habitacionais, determinando o surgimento de novos bairros, Paloma 1 e 2.

Na década seguinte, surgiram o Jardim Eldorado e os Bairros Nossa Senhora Aparecida, Sagrada Família, São Francisco, Toribaté e Industrial.

Limitações do Município e localização

Atualmente fazemos limite com os municípios: a leste Uberlândia, a oeste com Canápolis e Centralina, ao norte com Tupaciguara e Araporã e ao sul com Prata e Ituiutaba. Estamos distante 68 km de Ituiutaba, 65 km de Uberlândia. Entre estes dois pólos industriais, a 601 km da capital mineira Belo Horizonte e 479 km da capital federal Brasília (segundo AMVAP). Monte Alegre de Minas está servida por duas rodovias, BR365 e MG153.

Meios de Transporte

Os meios de transporte utilizados no município são: ônibus, caminhão, carros, motos, bicicletas, carroças, e cavalos. No terminal rodoviário, no centro da cidade, circulam os veículos da Viação Platina, Transcol, Nacional Expresso, Viação Uberlândia e Gontijo. Outro ponto de embarque e desembarque é o Posto Trevão. Na região do Monumento aos Heróicos Retirantes de Laguna, próximo à BR365, existe uma pista de pouso municipal que recebe aeronaves de pequeno porte.

Educação no município

A educação é assegurada em Monte Alegre de Minas pela atuação das escolas: Escola Municipal Márcia Caetano Alves, Escola Municipal Antenor Airosa Machado, Núcleo Municipal de Pré-Escolar Miraci de Souza Mesquita, Escola Municipal Rural Leandro Marquês, Escola Municipal Rural Fernando Vilela, Escola Municipal Rural Nicanor Parreira, Escola Municipal Rural José Cabral Vieira, Escola Estadual Tancredo Martins, Escola Estadual de Monte Alegre de Minas 1º e 2º Graus, Escola Estadual Eufrausina da Costa Araújo, Escola estadual Professor Alex Machado Knippel, Centro Educacional Gilda Araújo Mendonça (APAE), Centro Educacional Montealegrense (CEM), Educandário Arco-Íris, Casa Escola Primeiros Passos e cursinho pré-vestibular, ministrado aos sábados pela equipe de professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Cultura Esporte, Lazer e Turismo em Monte Alegre de Minas

A Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa representa um suporte a mais para o bom funcionamento das escolas locais como local de pesquisa para estudantes de toda rede de ensino. Como fontes de enriquecimento cultural existem ainda os espaços: Centro Municipal de Artes (CEMA), Centro de Multi Uso Célia Carvalho Diniz, no bairro Flamengo, Centro de Multi Uso Giovana Russo Mendonça (GIGI), no bairro Jardim Eldorado.

O lazer, a cultura e as práticas esportivas têm como espaço referência: Clube Campestre do Buriti; Parque de Exposições Alysson Paulinelli; Clube Literário e Recreativo; Clube da Associação Beneficente Bárbara Heliodora; Espaço Cultural Adélia Alvim; dois Ginásios Poliesportivos; duas quadras cobertas; além de outras quadras espalhadas pelos bairros da cidade e zona rural; Conjunto Arquitetônico e Urbanístico Igreja Matriz de são Francisco das Chagas e Praças Nicanor Parreira e Luiz Dutra Alvim; Praça Derly Vilela Parreira (Cívica); Praça do Caboclo; Praça Inconfidência; são palcos temporários de atividades de cultura e lazer. Atualmente são promovidos torneios de truco, Campeonato Regional de Futebol, Torneios Municipais de Futebol de Grama e Salão.

Na Praça Nicanor Parreira acontece a cada quinze dias a Feira Cultural e Artesanal de Monte Alegre de Minas, no entorno do Coreto Municipal Maestro Hildebrando dos Reis. Nesta Feira os artesão da cidade expõem seus produtos para venda e os grupos artísticos da cidade se apresentam como academias de dança, banda municipal, grupos teatrais, rodas de capoeira, alunos de música, bem como a beleza da fonte luminosa.

Monte Alegre de Minas é uma cidade festiva, que movimenta a comunidade local e cidades vizinhas. As festas religiosas são as mais antigas e tradicionais. Grande parte destas festas existe desde a fundação do município. São elas: Festa de São Sebastião de 11 a 20 de janeiro, na Igreja Matriz de São Francisco das Chagas; Festa em Louvor a Nossa Senhora do Rosário, de 4 a 14 de maio, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, com grupos de Congadas e Moçambiques; Festa do Divino Pai Eterno, no primeiro domingo de junho, na Capela Alto Alegre no Lobo; Festa de São João Batista, no segundo domingo de julho, na Capela de São João Batista, no Povoado dos Garcias; Festa do Divino Pai Eterno, no terceiro domingo de julho, na Capela da Prata, na Skalada; Festa de Nossa Senhora do Desterro, no segundo domingo de setembro, no Povoado dos Garcias; Festa de Nossa Senhora das Graças, no terceiro domingo de setembro na Capela da Prata; Festa de São Francisco das Chagas (padroeiro da cidade), dia 4 de outubro, na Igreja Matriz São Francisco das Chagas; Festa de Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha, dia 17 de outubro, na Capela Alto Alegre no Lobo; Folias de Reis durante todo o ano, conforme as companhias de Folia. Existem outras festas como carnaval, em fevereiro, a Exposição e Feira Agropecuária em abril, as festas juninas e o aniversário da cidade em 16 de setembro, que igualmente movimentam a “Terra da Felicidade”.

Outro evento considerado tradicional na cidade são as feiras: Feira Agropecuária acima citada, feira livre dominical, com apresentações populares e as feiras de conhecimento promovidas pelas escolas.

Monte Alegre de Minas é uma cidade com muitos artistas, artesãos e músicos, portanto vale ressaltar a tradicional Banda Municipal Maestro Victal Reis. Fundada em 1920, pelo maestro Hildebrando Reis, a banda acompanha e já abrilhantou grande parte das manifestações culturais montealegrenses.

O município possui atrativos turísticos de importância que estendem seus limites geográficos, como o Monumento aos Heróicos Retirantes de Laguna, local onde a Prefeitura Municipal está construindo um Museu, inúmeras cachoeiras, a gastronomia derivada da abacaxicultura, as festas folclóricas e agropecuárias. Para quem transita pela BR 365, existe à disposição barracas de artesanatos e o “famoso” pastel do Posto Trevão.

A Festa de Congada é marcante e Tradicional em Monte Alegre de Minas. Acontece anualmente com início no sábado de aleluia encerrando-se oficialmente no dia 14 de maio. O dia mais marcante da festa é no dia 13 de maio com alvorada, desfile dos ternos de congadas e moçambiques, missa procissão. No encerramento em 14 de maio, acontece encontro dos ternos, missa, trança de fitas, descida do mastro e despedidas. Em Monte Alegre existem 10 ternos sendo eles 06 Congados e 04 moçambiques.

O Hino Municipal

O Hino Municipal de Monte Alegre de Minas, denominado “Terra da Felicidade” foi composto com letra e música pelo Maestro e Músico Antônio Luiz de Souza, conhecido na cidade como Professor Tonato

O hino foi oficializado como Hino Oficial de Monte Alegre de Minas, através da LEI 1.659 DE 30 DE DEZEMBRO DE 1992.

Terra da Felicidade é executado em eventos solenes e tocado, conforme Regimento Interno da Banda Municipal Maestro Victal Reis, em todas as apresentações da Banda Municipal, com arranjo apropriado para Bandas elaborado pelo Maestro Leonardo Augusto Reis, no início ou término de cada apresentação, realizadas em Monte Alegre de Minas, solenes ou não.

TERRA DA FELICIDADE

Antônio Luiz de Souza (PROFESSOR TONATO)

DIZEM QUE A FELICIDADE,

CERTA VEZ SAIU A PROCURAR,

DE CIDADE, EM CIDADE,

UMA DELAS PRA MORAR.

E CHEGANDO AQUI UM DIA,

PERNOITOU PRA DESCANSAR,

E VENDO TANTA PAZ, TANTA ALEGRIA,

RESOLVEU AQUI FICAR.

MONTE ALEGRE, MONTE ALEGRE,

PORQUE É QUE TODA GENTE TE QUER BEM

TENS UM QUÊ, UM QUÊ DE DIFERENTE,

QUE NENHUMA OUTRA TERRA TEM.

TUAS NOITES LINDAS, SÃO MAIS LINDAS,

É MAIS LINDO O TEU LUAR,

FOI POR ISSO QUE A FELICIDADE,

TE ESCOLHEU PRA MORAR.





Obs.: Texto retirado do Dossiê de Tombamento da Biblioteca Pública Municipal "Rui Barbosa" (Antiga Caixa D'Água) concluído em 2009. O original encontra-se disponível na sede do Departamento Municipal de Cultura e Turismo.